quarta-feira

Simplesmente...

“ Simplesmente…pensando em ti…””

Eu te escrevo, surpreso, reavivando na minha lembrança…
Esquecendo-me de certos traços sem cor…
De uma história perdida…
Falo dos poucos dias ou único, que passámos juntos...
Tão longe agora estás…
Quantos belos assuntos, a que eu não quis…
Nem soube mesmo dar palavras…
Relembro-me com uma estranha dor...Minhas palavras são doces…
Tão cheias de cores que,
Digo que as escrevi com o mel que há nas flores…
Sobre o amarelo de um papel tão amarelo…
Que nos faz pensar num pedaço de sol!…
Não consegui que abrisses o teu coração…
Num gesto de ansiedade…
Sob a opressão cruel de uma imensa saudade…
Não pensei...
Nunca pensei que me afeiçoasse tanto a alguém que nem conheço…
Mas desejava…conhecer…
Quando partiste, não compreendia bem…
O porquê que fiquei triste… nem quis acreditar no que estava sentindo...
Hoje…hoje eu descubro que o meu sonho…
Era mais do que um sonho…
Era mesmo uma esperança de amizade a terminar…!
Tenho agora a tristeza como companheira fiel…
Que vagueia comigo por toda parte…
E me diz com toda a franqueza que eu…
Eu deveria ter aproveitado todos os segundos para te conhecer…
Não compreendo o porquê do fim…
De um inicio que nem chegou a começar…
Tarde, tarde demais...
Bem me arrependo agora das minhas limitadas insistências...
Julgando que o meu coração era forte…
Dei-o para uma amizade, que nunca chegou a acontecer...
Perdoa o involuntário mal que te causei!...
É bem rude e bem triste, perceber que ao encontrar o meu ideal…
O perdi, como se perde o ar entre as mãos…
É doloroso a gente em mil anos sonhar, com o encontro…
E inesperadamente quando tal acontece ter que abandoná-lo!
Se alguma coisa quis em troca…
Era apenas igual a tudo o queria oferecer…
Ingénua e pura amizade, simples, sem artifícios, sem enganos…
E pensar que tudo o que me ofereceste…
Foi o teu imenso e intenso…
Adeus…
Repenso os meus pensamentos…
E confesso que sinto ter que falar…
Sobre essa amizade extinta…
Que inconscientemente só tu, em segredo...
Acabaste…
E escrevo, continuando estas linhas com uma vontade louca de parar…
E te telefonar simplesmente para ouvir tua voz…
Creio na tua amizade, força e no teu pensamento…
E nem um só segundo e nem um só momento deixarei de seguir-te aonde quer que tu fores…Seja a estrada coberta de espinhos ou flores…
Faça chuva ou faça sol…
A tua ausência e o teu pensamento, ajudam-me a crescer…!
Faço da tua ausência um auxílio para ter força…
E tenho, no teu pensamento o alento da única razão…
Que dirige meus actos…
Orgulho-me de ser a matéria mutável…
Tentarei por todos os meios esculpir uma obra à tua semelhança…
Digno da tua amizade…Junto a ti sentia-me eu mesmo…
Sentia-me e era feliz…
Sentia-me uma criança…
Curioso de te ouvir, fascinado…
Atraído pela tua palavra, pela tua voz alegre e colorida!...
Há em tudo uma alma nova! Há em tudo um novo encanto!...
Poucas vezes te ouvi!...
E sempre o mesmo espanto quando tu me dizias, que era tarde...
Era a hora em que ias dormir, ou em que te ias embora...
Muitas vezes, deitado…
Eu rezava baixinho uma prece que fiz só para poder…
Ter de novo o prazer e privilégio de falar e estar contigo…
Não te rias…
Eu sei que digo tolices e parvoíces…
Mas se um dia, sentires a alegria que sinto ao falar-te…
Talvez não te rias assim de mim...
Isto tudo, é obra apenas da fatalidade, do destino cruel…
E um dia então…
Quem sabe se não será breve?...
Descobrirás na tua vida…aquele alguém por quem…
Também ficarás com outro estado de espírito ao escutar a sua voz…
Sê feliz, minha amiga, minha conhecida...
Eu me despeço aqui...
Lamento o meu destino, porque te perdi…
Perdi algo que não cheguei sequer a ter…
Mas espero nunca me arrepender, do prazer enorme, apesar de breve…
Que me foi concedido ao conhecer-te…
E gostaria de poder continuar a conhecer-te…
À distância, ao perto, por carta, por e-mail…
Simplesmente conhecer-te como nunca tive a oportunidade de o fazer…
E espero que também me possas conhecer…

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